Ao longo da semana posterior aos ataques terroristas realizados em Paris pela organização Estado Islâmico, debatemos o episódio em sala de aula, nas três séries do ensino médio, resgatando conceitos e temas que vínhamos trabalhando ao longo do ano, como, por exemplo, etnocentrismo, relativismo cultural, discriminação, ódio e violência.
Diante do ocorrido, falei a vocês que, provavelmente, o discurso do partido ultraconservador e de extrema-direita francês Frente Nacional, que tem como um de seus principais alvos os estrangeiros e os imigrantes, ganharia contornos ainda mais radicais. A FN foi fundada em 1972 e, nas décadas de 1970 e 1980, despertava curiosidade apenas por seu exotismo. Nas últimas eleições francesas, no entanto, começou a chamar atenção pelo desempenho eleitoral crescente, por ter-se tornado um partido competitivo. Sua principal liderança é uma mulher: Marine Le Pen.
Comentei com vocês, também, que a campanha presidencial nos Estados Unidos poderá ser pautada, igualmente, por um discurso anti-imigrantes, se tomarmos como indícios as posturas adotadas até agora pelos pré-candidatos do Partido Republicano (conservador), por exemplo.
Pois bem, o jornal The New York Times abordou o endurecimento do discurso da FN, na França, e o comparou com discursos frequentes realizados pelo magnata republicano Donald Trump, na pré-campanha que seu partido está realizando pela corrida à Casa Branca, nos Estados Unidos.
A tendência, infelizmente, é que o etnocentrismo aumente do ocidente em relação ao mundo árabe e do mundo árabe em relação ao ocidente. Estamos testemunhando uma escalada de intolerância de lado a lado.
O vídeo abaixo foi publicado no site do jornal Folha de S.Paulo e é legendado em português.
http://nytiw.folha.uol.com.br/#/folha/content/view/full/32755