quinta-feira, 28 de março de 2019

Senso comum, olhar sociológico, estranhamento e desnaturalização: conteúdos para os alunos das turmas 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºD da EEPAM

Depois de apresentar aos alunos das turmas de primeira série do ensino médio da EEPAM o que é a Sociologia, o contexto histórico de seu surgimento, seus principais pensadores e como ela se desenvolveu até os dias de hoje, começamos a estudar alguns conceitos importantes que vão nos ajudar não apenas em nossa matéria, ao longo do ensino médio, mas sobretudo na vida. Trata-se dos conceitos de senso comum, olhar sociológico, estranhamento e desnaturalização.

No primeiro link, você acessa um material que produzi para resumir essas ideias. No segundo link, disponibilizo um texto presente no caderno do aluno do ensino regular para explicar o que é senso comum e o que é olhar científico/sociológico. Finalmente, no terceiro link, você poderá ler um artigo sobre estranhamento e desnaturalização, escrito por Amaury César Moraes, sociólogo e professor da USP.

Boa leitura e bom estudo!




Introdução à Sociologia: conteúdo para os alunos do 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºD da EEPAM

Por meio do link abaixo, os alunos do 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºD da EEPAM conseguirão acessar o conteúdo referente às aulas iniciais deste ano na disciplina Sociologia.

O material aborda o que é a Sociologia; seu contexto de surgimento; apresentação inicial de Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, três autores clássicos da Sociologia; desenvolvimento da área ao longo do século 20 até os dias de hoje; a Sociologia na educação básica brasileira.

Bom estudo!

https://www.dropbox.com/s/f4h4odokcwtfw4k/O%20que%20%C3%A9%20sociologia%20%28vers%C3%A3o%20EEPAM%202019%29.pdf?dl=0

Conteúdos sobre diversidade cultural e diversidade socioeconômica (para as turmas 2ºA e 2ºB da EEPAM)

No primeiro bimestre de 2019, temos trabalhado em sala de aula os temas diversidade cultural e diversidade socioeconômica.

Abaixo, disponibilizo a vocês links com os seguintes conteúdos, que se somam aos conteúdos trabalhados no caderno do aluno: material sobre diversidade cultural (primeiro link); letra da canção "Paratodos", de Chico Buarque (segundo link); foto aérea da favela de Paraisópolis dividindo muro com um edifício de alto padrão socioeconômico no bairro do Morumbi, na zona sul da capital paulista (terceiro link); reportagens sobre concentração e desigualdade de renda no Brasil (quarto e quinto links); matéria que informa como o aumento da escolarização torna as pessoas menos vulneráveis ao desemprego (sexto link); tabelas com indicadores de renda, analfabetismo e acesso ao saneamento básico no país (sétimo e último link).

Boa leitura, bom estudo!





Martin Luther King, Malcolm X e os "Panteras Negras": três formas de luta pela extensão de direitos aos negros nos EUA (para os alunos da turma 3ºA da EEPAM)

O link abaixo, da revista Mundo Estranho, da Editora Abril, sintetiza as três formas de luta que se tornaram hegemônicas na década de 1960, nos EUA, com o objetivo de estender plena cidadania à população negra.

O pastor Martin Luther King defendia mobilizações pacíficas e boicotes, por exemplo, como formas mais adequadas para a busca da igualdade entre brancos e negros.

O líder muçulmano Malcolm X admitia ações violentas como formas de defesa da população negra. No entanto, não operava sob a lógica da igualdade. Defendia a supremacia negra e o separatismo.

Por fim, os "Panteras Negras" desejavam a luta armada como forma de proteger os negros da violência policial. Reivindicavam, também, o pagamento de indenizações a famílias negras, por causa da escravidão, e a libertação imediata de todos os negros que se encontravam cumprindo penas no sistema prisional norte-americano.

Cinquenta anos depois, o legado pacifista e politicamente mais sofisticado de Martin Luther King parece ser o mais duradouro. Os "Panteras Negras" foram diligentemente perseguidos pelo FBI e a Justiça dos EUA, definharam e extinguiram-se no início da década de 1980. E fala-se menos de Malcolm X, quase sempre apontado como um líder radical, pouco aberto ao diálogo -- além disso, ele era muçulmano e, embora o islamismo tenha grande número de adeptos entre os negros norte-americanos, desde o final da década de 1970, após a Revolução Islâmica ocorrida no Irã, os EUA vêm tendo sucessivos embates diplomáticos, políticos e militares no Oriente Médio, o que acentuou enormemente o preconceito contra seguidores dessa religião.

Para se ter uma ideia, segundo dados do Conselho Muçulmano Americano, há 5 milhões de muçulmanos nos EUA, sendo 42% negros norte-americanos e 1,6% brancos norte-americanos. Os demais seguidos do Islã no país são imigrantes vindos de países árabes e seus descendentes.

Segue o link para leitura:

"Eu tenho um sonho": fragmentos do célebre discurso de Martin Luther King, uma das peças mais contundentes em defesa da igualdade (para os alunos do 3ºA da EEPAM)

Na disciplina Sociologia, temos estudado os direitos civis, políticos, sociais e humanos, que estruturam a cidadania moderna.
Em 28 de agosto de 1963, o pastor batista Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento que reivindicava a extensão dos direitos civis aos negros norte-americanos, reuniu 250 mil pessoas em uma marcha realizada em Washington. Popularmente conhecido como "Eu tenho um sonho", o discurso proferido na ocasião, por ele, até hoje é lembrado por ser uma das peças mais contundentes em defesa da igualdade e contra a discriminação racial.
No dia 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado por um segregacionista (indivíduo favorável à continuidade da segregação dos negros na sociedade norte-americana), na cidade de Memphis, antes de mais uma marcha que conduziria em defesa dos direitos civis e contra a discriminação racial.

A seguir, os fragmentos do antológico discurso de Martin Luther King, que serão lidos e discutidos em sala de aula, na segunda-feira 1/4/19: 

“[...] Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de felicidade”.

É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.

Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

[...] Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia. Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.

Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte [...].

[...] Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”. Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente” [...].

Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”

Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje [...].

E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios (não-judeus), protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra: “Finalmente livres! Finalmente livres! Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente.”


Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, em Assembleia Geral da ONU (para os alunos do 3ºA da EEPAM)

Elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, em 10 de dezembro de 1948, como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações.

No link a seguir, a íntegra do texto. Embora seja a turma da terceira série do ensino médio que está trabalhando o tema cidadania, o texto abaixo é relevante para qualquer ser humano.

Boa leitura!

Atenção alunos do 3ºA da EEPAM: conteúdo sobre cidadania trabalhado em sala de aula

Disponibilizo a vocês um link com o conteúdo discutido em sala de aula sobre o tema "Cidadania".

O material aborda a construção do conceito de cidadania desde a Antiguidade Clássica, o desenvolvimento do conceito ao longo da história, as contribuições de John Locke, Voltaire e Jean-Jacques Rousseau, os impactos provocados no mundo pelas revoluções burguesas, Revolução Industrial e II Guerra Mundial e o consequente avanço da cidadania, além dos quatro grandes grupos de direitos que compõem a cidadania na contemporaneidade.

Bom estudo!

https://www.dropbox.com/s/tidb994trkih0cp/Cidadania.pdf?dl=0

Enem 2019: divulgado o calendário oficial

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão subordinado ao Ministério da Educação, divulgou o edital com o calendário oficial do Enem 2019.

De 1 a 10 de abril, os candidatos poderão solicitar isenção na taxa de inscrição, que neste ano é de R$ 85,00.

De 6 a 17 de maio, os candidatos deverão realizar a inscrição.

Nos dias 3 e 10 de novembro, serão realizadas as provas, com a divulgação dos gabaritos e dos cadernos de questões no dia 13 de novembro.

Informações adicionais, acesso o link abaixo.

https://enem.inep.gov.br/

sexta-feira, 15 de março de 2019

Salão do Estudante apresenta, dias 16 e 17 de março, opções para quem quer estudar no exterior

Para quem planeja um dia estudar no exterior, o Salão do Estudante, que acontece nos dias 16 e 17 de março (neste fim de semana), apresenta opções de instituições localizadas em várias partes do mundo.

O evento ocorrerá no Centro de Eventos do Colégio São Luís, localizado na rua Luís Coelho, 323, pertinho do metrô Consolação, das 14h às 18h30.

Para informações adicionais, acesse o link abaixo:

https://salaodoestudante.com.br/?gclid=EAIaIQobChMIhf6EysiE4QIVToCRCh2XpAsREAAYASAAEgK-ZvD_BwE

terça-feira, 12 de março de 2019

Martin Luther King, Malcolm X e os "Panteras Negras": três formas de luta pela extensão de direitos aos negros nos EUA (para os alunos das turmas 3ºA e 3ºB, do diurno, e 3ºTA, 3ºTB e 3ºTC, do noturno)

O link abaixo, da revista Mundo Estranho, da Editora Abril, sintetiza as três formas de luta que se tornaram hegemônicas na década de 1960, nos EUA, com o objetivo de estender plena cidadania à população negra.

O pastor Martin Luther King defendia mobilizações pacíficas e boicotes, por exemplo, como formas mais adequadas para a busca da igualdade entre brancos e negros.

O líder muçulmano Malcolm X admitia ações violentas como formas de defesa da população negra. No entanto, não operava sob a lógica da igualdade. Defendia a supremacia negra e o separatismo.

Por fim, os "Panteras Negras" desejavam a luta armada como forma de proteger os negros da violência policial. Reivindicavam, também, o pagamento de indenizações a famílias negras, por causa da escravidão, e a libertação imediata de todos os negros que se encontravam cumprindo penas no sistema prisional norte-americano.

Cinquenta anos depois, o legado pacifista e politicamente mais sofisticado de Martin Luther King parece ser o mais duradouro. Os "Panteras Negras" foram diligentemente perseguidos pelo FBI e a Justiça dos EUA, definharam e extinguiram-se no início da década de 1980. E fala-se menos de Malcolm X, quase sempre apontado como um líder radical, pouco aberto ao diálogo -- além disso, ele era muçulmano e, embora o islamismo tenha grande número de adeptos entre os negros norte-americanos, desde o final da década de 1970, após a Revolução Islâmica ocorrida no Irã, os EUA vêm tendo sucessivos embates diplomáticos, políticos e militares no Oriente Médio, o que acentuou enormemente o preconceito contra seguidores dessa religião.

Para se ter uma ideia, segundo dados do Conselho Muçulmano Americano, há 5 milhões de muçulmanos nos EUA, sendo 42% negros norte-americanos e 1,6% brancos norte-americanos. Os demais seguidos do Islã no país são imigrantes vindos de países árabes e seus descendentes.

Segue o link para leitura:


sexta-feira, 8 de março de 2019

Orientações para a atividade a ser entregue pelos alunos das turmas 3ºA e 3ºB, do período da manhã. Prazo de entrega: 25/3/19 (segunda-feira)

Na disciplina Sociologia, temos estudado os direitos civis, políticos, sociais e humanos, que estruturam a cidadania moderna.
Em 28 de agosto de 1963, o pastor batista Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento que reivindicava a extensão dos direitos civis aos negros norte-americanos, reuniu 250 mil pessoas em uma marcha realizada em Washington. Popularmente conhecido como "Eu tenho um sonho", o discurso proferido na ocasião, por ele, até hoje é lembrado por ser uma das peças mais contundentes em defesa da igualdade e contra a discriminação racial.
No dia 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado por um segregacionista (indivíduo favorável à continuidade da segregação dos negros na sociedade norte-americana), na cidade de Memphis, antes de mais uma marcha que conduziria em defesa dos direitos civis e contra a discriminação racial.

A atividade a ser desenvolvida neste bimestre, pelos alunos do 3ºA e 3ºB, do período da manhã, é a seguinte:

- Cada aluno terá de elaborar, individualmente, um texto com, no mínimo, 70 linhas, articulando o discurso de Martin Luther King e o filme "Selma, uma luta pela igualdade" (Ava DuVernay, Paramount, Estados Unidos/Reino Unido, 2014) com os conteúdos trabalhados em sala de aula sobre a cidadania moderna e seus direitos fundamentais (civis, políticos, sociais e humanos).


- Reflita, também, em seu texto, sobre a realidade atual brasileira. Que tipos de direitos são garantidos em sua plenitude, no Brasil, e em quais grupos de direitos ainda temos muito a avançar? Em nosso país, todos têm plena igualdade de acesso à cidadania? Há grupos marginalizados? Quais? O que fazer para que todos desfrutem igualmente de cidadania no Brasil? Procure sempre fundamentar a sua resposta com argumentos e exemplos.


Prazo de entrega: 25 de março (segunda-feira).



- Sua redação deverá ser, obrigatoriamente, manuscrita. Serão atribuídas notas zero aos textos copiados de colegas ou da internet. Lembre-se de elaborar uma capa para a atividade.

A seguir, os fragmentos do antológico discurso de Martin Luther King, lidos e discutidos em sala de aula: 

“[...] Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de felicidade”.

É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.

Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

[...] Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia. Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.

Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte [...].

[...] Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”. Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente” [...].

Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”

Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje [...].

E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios (não-judeus), protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra: “Finalmente livres! Finalmente livres! Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente.”