O link abaixo, da revista Mundo Estranho, da Editora Abril, sintetiza as três formas de luta que se tornaram hegemônicas na década de 1960, nos EUA, com o objetivo de estender plena cidadania à população negra.
O pastor Martin Luther King defendia mobilizações pacíficas e boicotes, por exemplo, como formas mais adequadas para a busca da igualdade entre brancos e negros.
O líder muçulmano Malcolm X admitia ações violentas como formas de defesa da população negra. No entanto, não operava sob a lógica da igualdade. Defendia a supremacia negra e o separatismo.
Por fim, os "Panteras Negras" desejavam a luta armada como forma de proteger os negros da violência policial. Reivindicavam, também, o pagamento de indenizações a famílias negras, por causa da escravidão, e a libertação imediata de todos os negros que se encontravam cumprindo penas no sistema prisional norte-americano.
Cinquenta anos depois, o legado pacifista e politicamente mais sofisticado de Martin Luther King parece ser o mais duradouro. Os "Panteras Negras" foram diligentemente perseguidos pelo FBI e a Justiça dos EUA, definharam e extinguiram-se no início da década de 1980. E fala-se menos de Malcolm X, quase sempre apontado como um líder radical, pouco aberto ao diálogo -- além disso, ele era muçulmano e, embora o islamismo tenha grande número de adeptos entre os negros norte-americanos, desde o final da década de 1970, após a Revolução Islâmica ocorrida no Irã, os EUA vêm tendo sucessivos embates diplomáticos, políticos e militares no Oriente Médio, o que acentuou enormemente o preconceito contra seguidores dessa religião.
Para se ter uma ideia, segundo dados do Conselho Muçulmano Americano, há 5 milhões de muçulmanos nos EUA, sendo 42% negros norte-americanos e 1,6% brancos norte-americanos. Os demais seguidos do Islã no país são imigrantes vindos de países árabes e seus descendentes.
Segue o link para leitura: