Do “São Paulo Faz Escola”
A liberdade é, sem dúvida, um dos valores mais
defendidos no mundo atual. Ela é considerada um direito inalienável na Declaração
Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão e na Constituição da maioria das
nações. No caso do Brasil, este direito é garantido pelo artigo 5º da
Constituição Federal.
Mas será que todo mundo entende a liberdade da
mesma forma? Em nome desse valor moral tão exaltado já não se cometeram
horríveis atrocidades? Será que ela se aplica da mesma maneira a todas as
pessoas e classes sociais? Por exemplo: a Constituição brasileira diz, no
artigo 5º, inciso XIII, que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Na prática, porém, todos podem escolher com liberdade a profissão que exercem
ou vão exercer? O inciso XV do mesmo artigo diz que “é livre a locomoção no
território nacional”. Mas todos têm iguais condições para decidir, por exemplo,
quando, como e para onde desejam ir nas férias ou nos feriados prolongados? Será
que a liberdade proclamada no plano formal (na lei, por exemplo, é assegurada
na prática?
Do ponto de vista estritamente filosófico, podemos
perguntar: o homem é livre para agir segundo a sua vontade ou está sujeito a
alguma espécie de lei ou mecanismo que determina a forma como ele se comporta?
Em outras palavras, as coisas acontecem de determinada forma porque têm que necessariamente
acontecer assim ou somos nós quem as fazemos conforme bem entendemos? Ou será
que, na verdade, tudo acontece por acaso? Existe um destino previamente
traçado e do qual não conseguimos escapar ou somos nós os autores e sujeitos do
nosso destino, da nossa história? Enfim, é possível ao homem exercer a
liberdade? Em que medida?
A seguir, vamos conhecer três concepções de
liberdade, entre várias outras possíveis: o libertarismo, o determinismo e a
dialética.
Libertarismo (extraído do blog “Filosofia Cortez”)
Para Aristóteles, o libertarismo é a possibilidade
de o indivíduo decidir e agir conforme a sua própria vontade, sem
interferências externas. Ser livre é agir voluntariamente, segundo a vontade do
próprio agente que está ciente dos resultados que terá com suas escolhas. O que
é agir involuntariamente? É quando a sua escolha não depende totalmente de sua
vontade, você se torna forçado a fazer uma determinada coisa.
Muitas vezes a ação involuntária se dá por ignorância,
por não saber fazer o correto. Existe uma diferença entre agir por ignorância e
agir na ignorância. POR IGNORÂNCIA, a ausência da informação é a causa da ação.
Exemplo: uma criança acidentalmente corta a mão, brincando com uma faca. NA
IGNORÂNCIA, a ausência da informação não é a causa, mas outra coisa desencadeia
a ação. Exemplo: João, nervoso, deu um soco em seu irmão.
A escolha é a base do libertarismo. Mas o que é
escolha? É a capacidade de decidir por
vontade própria, ou seja, a partir do pensamento racional. Será que podemos
escolher o que quisermos ou certos acontecimentos interferem em nossas
decisões? Muitas coisas fogem da nossa capacidade de escolher, elas se realizam
sem a nossa ação inicial. Um pneu que fura na estrada, as secas, as chuvas,
doenças hereditárias, apaixonar-se por alguém, etc.
Então, podemos concluir
que as nossas escolhas dependem daquilo que está ao nosso alcance. Por isso,
Aristóteles afirma que a escolha não pode visar a coisas impossíveis, e se
alguém declarasse que as escolheu passaria por tolo.
A seguir, leia alguns textos adicionais que complementam aquilo que discutimos em sala de aula.
Sobre o libertarismo e o determinismo acesse:
http://filosofiacortez.blogspot.com/2012/09/determinismo-e-libertarismo.html
Exclusivamente sobre o determinismo, acesse:
https://www.infoescola.com/filosofia/determinismo/
https://querobolsa.com.br/enem/filosofia/determinismo
Sobre a concepção dialética de liberdade, acesse:
http://culturaeducacaoemacao.blogspot.com/2013/10/dialetica-e-liberdade.html
Bom estudo!