quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Vídeo norte-americano sobre racismo, xenofobia e intolerância religiosa, produzido na década de 1940, conquista a internet nas últimas semanas

Em 1943, o Departamento de Guerra dos Estados Unidos (EUA) produziu um filme de 17 minutos, chamado "Don´t be a sucker" (traduzido no Brasil como "Não seja um otário" ou, também, como "Não se deixe enganar"). O filme trata de questões como racismo, xenofobia e intolerância religiosa. Relançado em 1947, o foco, na época, era educar a população para que repudiasse discursos supremacistas. O mundo estava impactado pela II Guerra Mundial e os horrores praticados pelo nazismo.

É irônico e perturbador, no entanto, que em vários Estados do sul dos EUA, supostamente o país com a democracia mais emblemática do mundo, os negros só tenham conquistado o direito de votar na década de 1960. E também é sintomático que o vídeo (veja um trecho de 2'40" ao final desta postagem) tenha se popularizado na internet nas últimas semanas, por causa da ação violenta de supremacistas brancos na cidade de Charlottesville, Estado da Virgínia, que terminou com muitos feridos e uma jovem pacifista assassinada, atropelada intencionalmente por um supremacista branco.

Parece ficar evidente que a sólida implantação de uma cultura da tolerância e do respeito à diversidade exige persistência, demanda um esforço diário e colossal de cada um de nós, é algo que não se estabelece num estalar de dedos (lembremos também da estapafúrdia decisão de um juiz, nesta semana, a respeito da chamada "cura gay", aqui no Brasil).

Nas turmas da primeira série do ensino médio do período diurno, estamos estudando etnocentrismo, relativismo cultural, alteridade, determinismo geográfico, determinismo biológico. O vídeo, portanto, ajuda cada um de vocês a refletir sobre essas discussões.

Mas é útil para todos nós, independentemente da série ou de ser aluno ou não do Narbal, para construirmos nossas trajetórias de vida com base em valores verdadeiramente democráticos e tolerantes com a diversidade. Sim, somos diferentes. Mas todos, sem distinção, merecem ser tratados com respeito e são igualmente portadores de direitos na sociedade.

A educação normalmente é pensada, ao menos no senso comum, como sendo a ação dos adultos sobre as crianças e os adolescentes, ou seja, a ação dos mais velhos sobre os mais jovens. Quando o assunto é a cultura da tolerância, em grande medida o sentido se inverte. São vocês, os mais jovens, que vêm tendo a oportunidade de refletir e discutir sistematicamente sobre tolerância e diversidade na escola, chance que as gerações mais velhas não tiveram. Cabe a vocês, olhem só que responsabilidade, contribuir para arejar as mentalidades de seus pais, tios e avós sobre determinados assuntos.

Bom vídeo! 

https://www.youtube.com/watch?v=2de3ug17Abs